segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A MANHÃ - Svetlana Makarovič

Caminhas cuidadosamente entre os fragmentos do sonho.
As estrelas, grandes, pálidas e doces,
desvanecem-se no úmido amanhecer.

Umas mãos pálidas desembrulham a noite.
Timidamente sorves prata
da copa da madrugada.

Os rostos cinzentos da noite cinza,
rostos cegos encaram a cor cinza
e morrem
apoiados no teu ombro.

Caminha com cuidado.
Exalam algo amargo
as ervas da manhã.

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