quarta-feira, 22 de agosto de 2018

DESPEDIDA – Natália Parreiras

Um rosto,
Um apego,
Mil lembranças.

Sem traços,
Sem rastros,
Sem esperanças.

Só um esboço,
Nesse esforço,
De pele e osso,
É o que faço.

Lágrimas que não têm rumo,
Tristezas profundas que em sumo,
São sentimentos rasos.

Pele quente, peito aberto,
Toda desgraça chega perto.
Nesse meu rosto sem marcas,
Deixo cortes, passo a faca,
Num desespero discreto.

Sangue que derrama,
Que encharca a alma e minha cama,
É um destino certo,
No suicídio secreto,
De alguém que ninguém ama.

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