quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

A VIGÍLIA DAS ESTRELAS – Josué Montello

Quando a primeira tarde ensanguentada
Tombou, vencida pela noite fria,
Viu-se no espaço a ronda alvoraçada
De outras luzes buscando a luz do dia.

E essa primeira noite foi passada
Nos mesmos atropelos de agonia...
Que fim levara a tarde malograda?
E o ouro velho do sol que não se via?

Afinal um clarão por sobre a serra
Despontou e, na luz resplandecida,
Do ouro novo do sol, cobriu-se a terra.

Desde então toda vez que o dia, pelas
Alturas, surge — A luz é devolvida,
Como prémio à vigília das estrelas.

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