terça-feira, 22 de outubro de 2019

VENENO – Flávio Barreto Leite

Sou poeta
e porto venenos
que nem sempre
suporto.
Sou poeta
e quando fecho
a porta
e a carta
abrindo-me obsceno,
posto venenos
em postais pequenos
e o tamanho basta,
não importa.
importa
é que fulminando
a jugular
ele se alastra
para além do tédio,
onde a morte
não tem mais
nenhum remédio.
Basta esperar
que a vida
inoculada
atinja
a artéria aorta.

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