Tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maria Cristina Lenz de Macedo
Êxtase no escuro.
E um fluir azul sem substância
De rochedos e distâncias.
Leoa de Deus,
Como nos unimos,
Eixo de calcanhares e joelhos! - O sulco
Divide e passa, irmão do
Arco castanho
Do pescoço que não posso pegar,
Olhinegras
Bagas lançam escuros
Ganchos -
Goles de sangue negro e doce,
Sombras.
Algo mais
Me arrasta pelos ares -
Coxas, pêlos;
Escamas de meus calcanhares.
Godiva
Branca, me descasco -
Mãos mortas, asperezas mortas.
E agora
Espumo com o trigo, um brilho de mares.
O choro da criança
Dissolve-se no muro.
E eu
Sou a flecha,
Orvalho que voa
Suicida, e de uma vez avança
Contra o olho
Vermelho,
caldeirão da manhã.
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