Se
nasci em Olinda devo morrer em Olinda perto do mar
Em
qualquer mês ou dia ou ano que ainda não sei quando
Mas
espero morrer olhando para a cor de uma tarde olindense
Quando
o forte cheiro de maresia emana das ondas do oceano.
Seja
o funeral numa sexta-feira para os meus amigos beberem
E
brindarem por essa minha passagem de retorno ao nada
Todos
terão licença para cantar qualquer tipo de música
Pois
o poeta agora é um insensível ao ódio e ao amor.
Possam
gritar meu nome para os desesperados da terra
Dando-lhes
razão e apoiando todos na loucura de cada um:
-
Rafael Rocha está morto! Morreu mais um
poeta!
E
joguem líquidos cervejeiros sobre meu ataúde de madeira
E
dancem e dancem todos os boleros e todos os tangos
Pois o homem que fui voltou a
ser átomo universal.
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