Sobre essa estrada
ilumineira e parda
dorme o Lajedo ao sol, como uma Cobra.
Tua nudez na minha se desdobra
— ó Corça branca, ó ruiva Leoparda.
O Anjo sopra a corneta e se retarda:
seu Cinzel corta a pedra e o Porco sobra.
Ao toque do Divino, o bronze dobra,
enquanto assolo os peitos da javarda.
Vê: um dia, a bigorna desses Paços
cortará, no martelo de seus aços,
e o sangue, hão de abrasá-lo os inimigos.
E a Morte, em trajos pretos e amarelos,
brandirá, contra nós, doidos Cutelos
e as Asas rubras dos Dragões antigos.
dorme o Lajedo ao sol, como uma Cobra.
Tua nudez na minha se desdobra
— ó Corça branca, ó ruiva Leoparda.
O Anjo sopra a corneta e se retarda:
seu Cinzel corta a pedra e o Porco sobra.
Ao toque do Divino, o bronze dobra,
enquanto assolo os peitos da javarda.
Vê: um dia, a bigorna desses Paços
cortará, no martelo de seus aços,
e o sangue, hão de abrasá-lo os inimigos.
E a Morte, em trajos pretos e amarelos,
brandirá, contra nós, doidos Cutelos
e as Asas rubras dos Dragões antigos.
ARIANO SUASSUNA –
O MESTRE DO ARMORIAL
- O mestre do
Armorial faleceu no Recife no dia 23 de julho de 2014 –
O mestre nasceu na cidade de
João Pessoa, Paraíba, no dia 16 de junho de 1927, filho de João Urbano Pessoa
de Vasconcelos Suassuna e Rita de Cássia Dantas Villar. Em 1942, a família Suassuna se
transferiu para o Recife e Ariano vai estudar no Ginásio Pernambucano e depois
no Colégio Oswaldo Cruz.
Em 1946, entrou para a
Faculdade de Direito do Recife, onde conheceu um grupo de escritores, atores,
poetas, romancistas e pessoas interessadas em arte e literatura, entre elas,
Hermilo Borba Filho, com o qual Ariano fundou o Teatro de Estudantes de
Pernambuco. Concluiu o curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em
1950.
Em agosto de 1989, foi eleito
por aclamação para a Academia Brasileira de Letras, tomando posse em maio de
1990, na cadeira número 32, que pertenceu ao escritor Genolino Amado.
Dramaturgo, romancista, poeta, ensaísta, defensor incansável da cultura
popular, das raízes brasileiras e, especialmente nordestina, é autor de várias
obras dentre elas:
“Uma mulher vestida de sol” (1947): “O desertor de Princesa” (1948); “Auto de João da Cruz” (1949); “O arco desabado” (1952); “Auto da Compadecida” (1955); “O santo e a porca” (1957); “O casamento suspeitoso” (1957); “A pena e a lei” (1959); “Farsa da boa preguiça” (1960); “A caseira e a Catarina” (1962); “Romance d´a pedra do reino e o príncipe de
Sangue do Vai-e-Volta” (1971, traduzida para o inglês, alemão, francês,
espanhol, polonês e holandês).
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