Não se vê daqui, mas
sei
que a prostituta na
rua
tem um olho de vidro,
É mais aparente o
gancho
na mão esquerda
ou, mais à luz, sob o
poste
a prótese
da perna.
A insaciedade da fome
de carne
que tem que se
satisfazer
com borracha.
É tempo de fetiches,
pessoas
que se fazem
fetiches.
Servir-se
da prostituta na rua
não era tanto sexo
com gente
quanto era sexo
com coisa
tevê, geladeira,
sonho
transerótico do transumanista.
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