“Lembra”! diz-me o passado: “Eu sou a aurora
E a primavera, o olhar que se enamora
De quanto vê pelo caminho em flor;
Para o teu coração cansado e triste
É recordar-me — o único bem que existe...
Eu sou a mocidade, eu sou o amor.”
“Vive!” diz-me o presente. “Alma suicida,
Louca, não peças à arvore da vida
Mais que os amargos frutos que ela tem;
Deixa a saudade e foge da esperança,
Faze do pouco que teu braço alcança
O teu mesquinho, o teu único bem.”
“Sonha!” diz-me o futuro: “o sonho é tudo,
Eu sobre as tuas pálpebras sacudo
A poeira da ilusão!... sonha, e bendiz!
Eu sou o único bem porque te engano,
E o desgraçado coração humano
Só com o que não possui é que é feliz.”
Eu ouço os três, e calo-me: desisto
De quanto me prometem, porque nisto
Todos se enganam, todos, menos eu:
Beijo dos lábios da mulher amada,
O único bem és tu! Nem há mais nada.
E tu és de outro, e nunca serás meu!
E a primavera, o olhar que se enamora
De quanto vê pelo caminho em flor;
Para o teu coração cansado e triste
É recordar-me — o único bem que existe...
Eu sou a mocidade, eu sou o amor.”
“Vive!” diz-me o presente. “Alma suicida,
Louca, não peças à arvore da vida
Mais que os amargos frutos que ela tem;
Deixa a saudade e foge da esperança,
Faze do pouco que teu braço alcança
O teu mesquinho, o teu único bem.”
“Sonha!” diz-me o futuro: “o sonho é tudo,
Eu sobre as tuas pálpebras sacudo
A poeira da ilusão!... sonha, e bendiz!
Eu sou o único bem porque te engano,
E o desgraçado coração humano
Só com o que não possui é que é feliz.”
Eu ouço os três, e calo-me: desisto
De quanto me prometem, porque nisto
Todos se enganam, todos, menos eu:
Beijo dos lábios da mulher amada,
O único bem és tu! Nem há mais nada.
E tu és de outro, e nunca serás meu!
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