Tradução de Guilherme de Almeida
Quando fores dormir, ó bela tenebrosa
Num negro mausoléu de mármores, e não
Tiveres por alcova e morada senão
Uma fossa profunda e uma tumba chuvosa;
Quando a pedra, oprimindo essa carne medrosa
E esses flancos sensuais de morna lassidão,
Impedir de querer e arfar seu coração
E teus pés de seguir a trilha aventurosa,
O túmulo que tem seu confidente em mim
– Porque o túmulo sempre há de entender o poeta –,
Na insônia sepulcral destas noites sem fim,
Dir-te á: “De que te serviu cortesã incompleta,
Não ter tido o que em vão choram os mortos sós?”
– E o verme te roerá como um remorso atroz.
Não ter tido o que em vão choram os mortos sós?”
– E o verme te roerá como um remorso atroz.
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