Nos apelos da juventude
o tempo adiantou nossos relógios.
Apressamos o passo, era preciso.
Amiúde convidávamos Maiakovski à nossa mesa,
queríamos mudar a visão do mundo.
Eu, um breviário no
bolso,
Ele, coesão à doutrina de Marx.
Plantamos inquietudes,
colhemos morangos verdes.
Senti suas mãos, de ternura,
aquecerem as minhas.
E,
assim, a vida passou voraz.
Cúmplices sorríamos à troca de olhares.
Entardecendo, nos bastamos atenuando ideais.
Hoje a paixão acomodou-se ao crepúsculo
e nos lençóis o amor se fez paz.
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