Tradução de Inês
Oseki-Dépré
Não posso escrever de ti mais veridicamente do que tu mesma.
Não que eu seja incapaz por natureza, mas a
verdade de ti, tu a escreveste.
E porque escrevias para só seres lida morta,
porque eu a li, tu morta, e feita minha, esta verdade é a mais forte de todas.
Não poderei ultrapassá-la.
O que detenho de ti, o que me concerne a mim
só, não é da ordem da verdade mas da física:
Tocar desde os joelhos até a fronte, gosto de
cerveja na língua, perfume nos braços, embaixo, visão e voz, de longe, me
queimam : circuitos que não serão obliterados, não por enquanto.
Isso é só meu, e com razão.
Não escreverei de ti senão minha própria
altura.
Ou então deito-me e faço sombra.
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