Com a palavra
construo um reino
e nele impero sem
lei.
Neste mundo, que
com o mundo
confina, sou
senhor e servo.
No meu reino de
luz e sombra
a palavra, vinda
do caos,
fulge em brilho
solitário
– solitário sol
sem solo.
Busco a palavra,
não o senso
(certo perdeste o
senso!):
sarcógafo pode
ser amor
e amor quer significar
morte.
Rodeado de
palavras estou
– falsas palavras
do mundo.
Entre o
dicionário e o verbo
escolho uma gleba
secreta.
Envolto de
lustral amplidão,
cercado de nuvens
e flores,
sou exilado e sou
imperador,
sou Deus esculpindo o barro.
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