Não maldigo o rigor de minha sorte,
Por mais feroz que fosse e sem piedade,
Arrancando-me o trono e a majestade
Quando a dois passos só estou da morte
Arrancando-me o trono e a majestade
Quando a dois passos só estou da morte
Do jugo das paixões minha alma forte
Conhece bem a estulta vaidade,
Que hoje nos dá contínua felicidade
E amanhã nem um bem que nos conforte.
Mas a dor que excrucia e que maltrata,
A dor cruel que o ânimo deplora,
Que fere o coração e quase o mata,
É ver na mão cuspir, à extrema hora,
A mesma boca, aduladora e ingrata,
Que tantos beijos nela deu outrora.
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