terça-feira, 23 de outubro de 2018

PAI TRINITÁRIO - Hélio Pellegrino

Pai trinitário que me salvaste
Do descaminho, da treva escura,
Perdoa! o filho que ainda perdura
Na sua confusa perversidade.
Perdoa o filho, a sua loucura,
Manchado de barro, de luz impura,
Perdoa o filho, de humanidade
Manchado, aflito, na sua cidade
Feita de asfalto, de aço e guindaste.
Todo pecado, levando-o em rubro
Sangue perene, no qual descubro
Meu nome e origem, minha futura
Rede onde, à noite, submerso em sono,
Hei de encontrar-me de novo, dono
Da eternidade, da eternidade.

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