há um espelho colocado fora
que anda comigo
nele me vejo continuamente
às vezes reflete o desconhecido
mínimo e profundo
que transpareço
mas normalmente em seu corpo
deita aquilo que costumo
ter por mim
a aparência com que a luz
aprendeu a enganar-me
os sonhos laminados
a grandeza hesitante
que se exibe
esquiva do acaso
o espelho por outro lado
me vê com as mesmas ressalvas
e vaidades
pergunta-se o quanto de mim
pode dizer de si mesmo
qual é a parte da carne
em que não se reconhece
se minha face o reflete
se escreve o mesmo poema
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