Nos braços do
Amor, o Fado amaro
Me pôs um dia
cru, enraivecido;
Me pôs para
sofrer, que o dolorido
E tenebroso Amor,
me custou caro.
Em lágrimas e
Dor, no desamparo,
Amor me foi
algoz, e foi bandido;
Foi loucura este
Amor, que o deus Cupido,
Por ser vidente e
cego, é pomo raro.
Oh Dor, míseras
tunas, meus enganos,
Tristes águas,
alvor de mágoas mil:
Meu candor, que
assim foi nas almas danos,
Seja alor, seja
alegre e pastoril,
Que é triste eu
ir morrendo anos e anos,
Como é vil, um Abreu não ter Abril.
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