terça-feira, 30 de abril de 2019

SERTANEJO DA DOR – Robson Sampaio

O sopro surdo do vento
parece murmúrio de vozes
em lamento pela morte.
A madrugada foge num repente
danado com medo do amanhecer.
Sob o sol, os cascalhos e a terra areosa
refletem a imagem do céu.
Sina?

Na trilha de pó, pedras e galhos secos,
o sertanejo caminha entre crenças e
esperança de cangaceiros.
Um penar sem fim?

No peito carrega o grito
do deserto-desesperança. A bênção nunca
chega, apesar das rezas de virgens órfãs,
criadas por devotas beatas
Santuário?

“Valei-me, meu padim-padre Ciço!”,
prece de fé e de desespero. A morte é
a passagem da Salvação?

O chão é um mar em brasas,
com a folhagem sem cor e a natureza
perdendo a vida. E a caatinga vira léguas
de judiação do sertanejo da dor.
Penitência?

2 comentários:

  1. Poeta Robson Sampaio. Siga este blog. Vá no canto esquerdo superior, clique em seguir, depois siga as instruções solicitadas.

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