sexta-feira, 5 de abril de 2019

SONETO Nº 3 – Bruno Menezes

Sempre que as nossas mãos entrelaçadas
se unem, e o teu olhar no meu repousa,
um ar de espanto, bocas assustadas,
nenhum de nós qualquer palavra ousa...

Anjo noturno de funérea lousa
inibe a tua voz apaixonada;
e ao te querer dizer alguma cousa,
não encontro uma frase desejada.

É que ambos ocultamos na lembrança
um grande amor, que foi desesperança,
sem florescer nos meus, nos teus carinhos...

E então, se um dia, já nos separamos,
nós nos sentimos, se um olhar trocamos,
"Quanto mais juntos, tanto mais sozinhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário