quarta-feira, 28 de outubro de 2020

ITINERÁRIO ÚLTIMO – Audálio Alves

Ao morrer: um camponês
- numa rede em suspensão -
quatro outros vão levando
(por caminhos que não findam)
a sua alva solidão.

Todavia, ah, todavia,
morre e morre o camponês,
vai e vem, e se oferece
no casulo de algodão.
Entre alfazema e alecrim
vai e vem
morre e morre, e não tem fim
ou a morte
não tem caixão.

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