sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O POEMA - Edson Régis de Carvalho

 

Que o poema seja puro
como um número ímpar,
da fonte água límpida
que não foi tocada.

Que o poema sempre lembre
o livro do Apocalipse
ou todos os mistérios da noite
para que seja poema.

Que dizem os versos
quando se abrem como urnas
e revelam todo o conteúdo,
senão o que já sabíamos?

Que nuvens não seja o poema,
mas céu, o céu além das nuvens,
onde os segredos ancoram.
– Revelam-se? Quem sabe!

Um dia e uma noite,
um corpo e uma alma,
um poema ao fim de tudo
encerrando uma existência.

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