quarta-feira, 21 de outubro de 2020

PERTO DO SONO - Davino Ribeiro de Sena

 

Estelar, movia-se no tempo
até ficar com o lado esquerdo
do rosto sobre o travesseiro.
O corpo vaga no deleite
de um cometa que atravessa
a fronteira da Via Láctea.

O astro se converte em carne
como uma pintura a óleo, tarde
demais para o sono que não
veio, soprando de antemão
sobre o corpo alheio, vizinho
na ondulada galáxia do lençol.

Então o sono chegou, fresco
como o vento, a levar para longe
a poeira estelar do pensamento.

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