ARCANOS
escavar a memória cósmica
dos homens
e fazer a arqueologia
de uma possível eternidade.
recuperar aquela mística cintilação
que se apagou
e desbaratar a teia que enreda
todos os segredos.
despertar a alma que viaja
cega e inconsciente
e torná-la plena anfitriã
deste momento.
.......
CIDADE IMAGINÁRIA
a busca principia e se finda no coração
na longa jornada, dia a dia, se oficia
e ao final nos brinda com a claridão
no meio do caminho de minha vida
viajante que sou por sendas selváticas
ouço falar de cidade tão querida
com dadivosos tesouros e benefícios enfáticos
sua existência – nutriente da procura
leva-me adiante em ofício tão errático
encontrá-la, amacia o ferro-vida que perdura
habitá-la, ultrapassa o mundo-lida já tão lábil
desposá-la, é a felizcidade em tessitura
se até aqui nada me havia sido fácil
agora verei do que realmente o laço é feito
em nada me adiantou ter sido hábil
tal estrada abriga horrores em seu leito
terríveis desertos, terra inóspita e dardejante
falta-me ar, me dá sede, a derrota arde-me no peito
corpo em espírito antes tão flamejante
arrefece exausto e amedrontado foge
– chega de tempestades e sol escaldante!
queria eu estar nesta hora que consome
a reviver instantes da memória
lugares que vivi e o deleite que me some
porém, o sábio mestre da vitória
com hábeis meios de uma melodia
soa o canto que nos leva à possível glória
aquele que conhece o caminho – o guia
presença que em si é a ênfase do tesouro
disciplina o ser e as almas fugidias
em meio ao sofrimento vislumbro o ouro
a imensidão do desejo em seu oásis
a alegria reluzente, as dores em sumidouro
o cansaço esvanece – um desenho a lápis
os contornos da dor desaparecem na fumaça
tudo esqueço, retornar ou desistir – jamais!
sob meus pés a exuberância se enlaça
revela-se íntegra uma cidade tão fantástica
o paraíso em delícias nos perpassa
o mestre, com sua voz sonora e dramática
diz que não, estávamos no meio da jornada
a cidade é imaginária, pura névoa carmática
escavar a memória cósmica
dos homens
e fazer a arqueologia
de uma possível eternidade.
recuperar aquela mística cintilação
que se apagou
e desbaratar a teia que enreda
todos os segredos.
despertar a alma que viaja
cega e inconsciente
e torná-la plena anfitriã
deste momento.
.......
CIDADE IMAGINÁRIA
a busca principia e se finda no coração
na longa jornada, dia a dia, se oficia
e ao final nos brinda com a claridão
no meio do caminho de minha vida
viajante que sou por sendas selváticas
ouço falar de cidade tão querida
com dadivosos tesouros e benefícios enfáticos
sua existência – nutriente da procura
leva-me adiante em ofício tão errático
encontrá-la, amacia o ferro-vida que perdura
habitá-la, ultrapassa o mundo-lida já tão lábil
desposá-la, é a felizcidade em tessitura
se até aqui nada me havia sido fácil
agora verei do que realmente o laço é feito
em nada me adiantou ter sido hábil
tal estrada abriga horrores em seu leito
terríveis desertos, terra inóspita e dardejante
falta-me ar, me dá sede, a derrota arde-me no peito
corpo em espírito antes tão flamejante
arrefece exausto e amedrontado foge
– chega de tempestades e sol escaldante!
queria eu estar nesta hora que consome
a reviver instantes da memória
lugares que vivi e o deleite que me some
porém, o sábio mestre da vitória
com hábeis meios de uma melodia
soa o canto que nos leva à possível glória
aquele que conhece o caminho – o guia
presença que em si é a ênfase do tesouro
disciplina o ser e as almas fugidias
em meio ao sofrimento vislumbro o ouro
a imensidão do desejo em seu oásis
a alegria reluzente, as dores em sumidouro
o cansaço esvanece – um desenho a lápis
os contornos da dor desaparecem na fumaça
tudo esqueço, retornar ou desistir – jamais!
sob meus pés a exuberância se enlaça
revela-se íntegra uma cidade tão fantástica
o paraíso em delícias nos perpassa
o mestre, com sua voz sonora e dramática
diz que não, estávamos no meio da jornada
a cidade é imaginária, pura névoa carmática
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