Eu vivo nesse momento a tristeza
Das horas perdidas,
Das horas mortas,
Das horas inúteis,
Horas que deixamos passar sem serem vividas.
Há tanta vida lá fora e nós dois tão distantes,
Tão dolorosamente afastados.
Por que matamos sem piedade tudo o que há de belo
Dentro de nós? Por que?
Há uma infinidade de horas entre a hora presente.
E ainda agora trago nas minhas mãos,
Na minha boca, no meu corpo,
A sensação da nossa última carícia.
Eu vivo neste momento a tristeza
Das nossas horas inúteis.
Horas estéreis. Melancolicamente vazias.
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