quinta-feira, 14 de junho de 2018

CHROMO - Ibrantina Cardona


1868/1956
(Na ortografia original do Século XIX)

Vem abrindo a alvorada a rósea umbrela...
A formosa aldeã de amor suspira,
e ao meigo namorado um canto inspira,
no floreo peitoril de uma janela...

Distante, pelo mar côr de safira,
traçando à tona d´agua uma aquarela,
gaivotas vêm seguindo um barco a  vela...
Na serra, do marujo o canto expira...

E aqui, e ali, na várzea romanesca,
salta o alegre rebanho; um cysne preto
ondula da corrente a veia fresca.

Traça ao longe, um pintor esse esbocêto,
e a subir pela encosta pittoresco,
eu, descuidada, escrevo este soneto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário