O poeta não cresce, permanece imaturo,
Palhaço que mendiga riso e aplauso,
Sofrido, doído bem mais que inseguro,
Tristonho, carente, malandro e otário.
O poeta é sombrio, sozinho, noturno,
Um guará, um morcego, uma coruja.
Vive em dias castigados pela chuva,
A fazer versos tristes e encharcados.
O poeta vê seu verso atropelado
Pela rima, pelo som, pelo fonema.
Por e-mails, mensagens, telefonemas,
Por alguém que já pertence ao passado.
O poeta usa dor em seus poemas,
Sobretudo nas frias madrugadas.
Entre copos, garrafas e tragadas,
Ele chora para a amada sentir pena.
Quem sabe esse ser angustiado
Seja fruto de pesadas lembranças
Vida, traumas, desejos, inseguranças
Escondidas em gavetas do passado?
Seja fruto de pesadas lembranças
Vida, traumas, desejos, inseguranças
Escondidas em gavetas do passado?
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