segunda-feira, 29 de julho de 2019

SONETO RURAL – Florisvaldo Mattos

À precipitação do amanhecer
rural retiro à flauta o som mais puro
de quem, já acostumado com o escuro,
absorto fica vendo o sol nascer.

Caprino olho tecido em bem-querer,
preexistente nas coisas que procuro
pastoreando sonhos: amargo ver
desencontrado olhar longe do muro.

Recolho pastoral envelhecida
ao som da flauta (pastoral da vida)
armado de silêncio e panorama.

Ela se perde verde no horizonte,
como ovelha de luz ou como fonte
onde lavo meu sonho. E se derrama.

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