Abri as portas e as
janelas de minha moradia interior
E a luz do sol
invadiu os interstícios do lugar
A poeira da rua
circunavegou sobre os móveis da sala
Uma música mal
comportada trouxe uma dança
Das vozes dos antigos
e perdidos elos do meu tempo
Dando-se a discutir
os caminhos inadequados
Gritando refrões
sentimentais e lirismos insanos
De sonhos
despedaçados.
Não mais era a
solidão de pessoas e de lugares
Era nesse momento a
solidão de mim mesmo
Penetrando nas
frestas das janelas e das portas
Desprezando as
rimas dos poetas estranhos
Como o eu de mim
para o eu dos outros
Só abri as portas e
janelas para alinhavar paixões
E elas resolveram
chegar com as loucuras
Das mais antigas
ilusões.
Presumi no instante
das portas e janelas abertas
A verdade escondida
no âmago dos desejos
Fúteis e antiquados
como aquele mesmo de ontem
Quando beijei pela
primeira vez uma mulher
Na esquiva sombra
de uma árvore velha
Sentindo o corpo
quente a se enovelar no meu
Despertando com
vento e sol e noite e chuva e sexo
O meu coração ateu.
Nem sei se dá tempo
ainda de abrir novas portas
Nem sei se dá tempo
ainda de abrir novas janelas
Hoje vejo apenas a
poesia das ilusões mortas
Desgarradas no chão
da vida como velhas pétalas.
Maravilhosa poesia. Claro que vale a pena abrir novas portas...
ResponderExcluirAbrir novas janelas...
O amor é o mais maravilhoso do mundo e devemos desejar
vivê-lo até ao último segundo das nossas vidas.
Adorei.
Um abraço
Irene Alves
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