Tenho medo das mãos humanas,
mãos imprevisíveis nos gestos:
hábeis no sentido da amabilidade,
ágeis instrumentos de atrocidades.
Tenho medo da inconstância do ser,
insensato ser no agir impulsivamente,
raro animal, racional, intelectual,
mau animal que mata o ser sem fome ter.
De que serão as minhas mãos capazes,
se o meu coração não mais consentir
comandá-las... adestrá-las?
Não são castas as minhas mãos,
porém, são mãos que escrevem sonhos -
a
ficção ausente de medo: poesia.
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