Sinto às vezes horror do modo diferente
Com que em louca emoção voluptuoso te espio,
Meu suave amor que tens a figura inocente
De um lírio muito branco, um lírio muito frio.
Ao meu olfato chega o perfume doentio
Do teu corpo mudado em corpo de serpente:
E através desse aspecto anêmico e sombrio
Meu desejo passeia alucinadamente.
Fauno, os olhos boiando em volúpias bizarras,
Quem me dera que tu viesses, na noite escura,
Minha fronte adornar de crótons e de parras,
E na calma do bosque onde o meu sonho medra,
Unisses para sempre, entre o amor e a loucura,
Os
teus lábios de sangue aos meus lábios de pedra.
Mais um excelente poema que acabei de ler.
ResponderExcluirCumprimentos
Irene Alves