O triste coração que eu trago, é tão velhinho,
E tanto tem amado, e tem vivido tanto,
Que não suporta mais o fogo de um carinho,
Nem de outro coração o cálido quebranto.
Às vezes, alta noite, ouço-o chorar sozinho,
Do meu peito escondido ao último recanto,
Assim como quem sente a dor de algum espinho
Que o fere, e quer leni-lo , ao afagá-lo em pranto.
É ele! É o coração tristíssimo, que chora
De saudade de alguém, que o fez antegozar
Um grande, um santo amor, que se foi embora.
E escuto-o palpitar, tão leve, que parece
Um ser que sente frio, e treme, a murmurar
Num soluço infinito, os restos de uma prece...
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