segunda-feira, 6 de junho de 2016

CONVÍVIO COM O SILÊNCIO – Paulo Cardoso

Prefiro consumir noturnas musas.
Delas é que mais flui a essência poética
irrigando e regando a forma, a estética
e as dúvidas das métricas confusas.

Meus versos são lavados pelas chuvas
que caem finas nas manhãs desérticas,
muitas vezes levadas pelas célicas
e indestinadas passageiras nuvens.

Em silêncio se entendem surdos-mudos.
A solidão é a casa dos viúvos
- revivência de lutas e de glórias.

Na grade de azulejo existe um rosto
que o fascínio de ver, antes exposto,
ficou microfilmado na memória.

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