domingo, 9 de setembro de 2018

DE_CADENCIAR – Walter Ramos

Fita vivamente a luz que imita o alabastro.
Viste pontos de fuga na fugacidade noturna;
entrelugares, risos em coro, divas de bronze,
pernoitadas nos lupanares - mobílias ocultas.
Urge a dor galopante a devorar as deidades.

Um quarto de tuas noites reservas à loucura;
na loja medíocre, confrades da mendacidade
sorvem torpores, vertem blasfêmia e espuma.
Carcaças vis morfadas em estátuas de Crack;
vagueiam cães no entorno das mesas chulas

mendigam as migalhas, habitam em angústia.
Saíste à tarde, não avisaste quanto a demora:
apearias a aurora, no bairro da Vista Obscura.
Fabularias sobre arte, morte; o mito de Marte.
& amanhecerias insone,
numa roda de putas.

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