Tudo que em mim foi natural -pobreza,
Mágoas de infância só, casa vazia,
Lutos, e pouco pão na pouca mesa-
Dói na saudade mais que então doía.
Da lamparina do meu quarto, acesa
No pequeno oratório noite e dia,
Vinha-me a sensação de uma riqueza
Que no meu sangue de menino ardia.
Altas horas, rezando no seu canto,
Minha mãe muitas vezes soluçava
E dava-me a beijar não sei que santo.
Meu Deus! Mais do que o santo que eu beijava,
Faz-me falta o cair daquele pranto
Com que ela junto ao peito me molhava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário