se eu tenho um chão
desses para os quais se inventam
hinos e outras pompas de maldizer,
fica abaixo da cintura de uma flor de cemitério
dos entrenós feridos
em que as borboletas acrobatas se distraem
nas manhãs de visita aos mortos desconhecidos.
quando a caçula da família destroça a cabeça
do último bailarino sem sombra
e rasga com vidro sujo de sangue
o corpo sem tinta da flor,
lê no relevo indigno da minha lápide:
nunca nasceu tal como a sua pátria.
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