quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O SOM DOS CAVALOS SELVAGENS – Adelmo Oliveira

 

Dentro da noite
E pelo dia
Um eco surdo
De ventania

Sobe a montanha
Transpõe o vale
– A fúria avança
– A sombra invade

Marcas no tempo
Finas esporas
– Um catavento
No fio das horas

Patas de ferro
Porta-fuzis
Deixam no vento
A cicatriz

Dentes de faca
Olhos de fogo
Cuspindo raiva
Do próprio rosto

Destrói cidades
E espanca a luz
Por onde passa
Finca uma cruz

Tempo de guerra
Este é meu tempo
– Cavalos de ódio
No pensamento

Nenhum comentário:

Postar um comentário