terça-feira, 27 de março de 2018

ESQUIVA - Fabio Fiallo

Tradução de Solon Borges dos Reis

Nunca sua mão se pôs em minha mão
jamais gozei seu cândido sorriso
e o murmúrio que deve ser sua voz
nunca me amenizou a mágoa oculta.

Quando a sorte a põe em meu caminho
ela se esquiva logo, casta e trêmula
e eu finjo não vê-la em meu cuidado
para não lhe causar constrangimento.

Mas quando já vou longe em minha estrada
sinto voar atrás de mim seus olhos
qual par de abelhas cuja doce carga
vem, devagar, deixar sobre meus ombros.

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