Vive sempre a fugir-me o que procuro,
numa volúpia incrível de ir-se embora;
passa-me n’alma, voa, pousa fora,
cai-me das mãos se o tenho mais seguro.
Se o alcanço, não o vejo, é muito escuro;
ansiosa espero o refulgir da aurora,
para perdê-lo assim que o dia aflora.
E outra vez a segui-lo me aventuro.
Impossível! Efêmero estandarte!
queira o homem , não queira, o mundo é
vosso.
Estais em tudo, como em qualquer parte.
Empregando em buscar-vos todo o empenho,
quando quero é uma coisa que não posso,
quando
posso é uma coisa que não tenho.
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