quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

MAL ÍNTIMO – Lívio Barreto

Esta amargura funda, esta inclemência
Atra e brutal que me persegue, e mata,
Como umas venenosas flores cor de prata
Da minha entristecida adolescência;

Este ambiente, de corrupta essência
Onde o Tédio os seus flóculos desata;
Este vento de dor que me arrebata
Os sonhos de fulgor e transparência:

Toda esta amarga e triste decepção,
Esta da vida céptica ironia,
Esta contínua e trágica aflição,

Este simum do mal veio-me um dia,
Por não possuir, teu peito um coração
Quando no meu um coração batia!

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