Musa! um gesto sequer de dor ou de
sincero
Luto jamais te afeie o cândido semblante!
Diante de Jó, conserva o mesmo orgulho; e
diante
De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho
austero.
Em teus olhos não quero a lágrima; não
quero
Em tua boca o suave e idílico descante.
Celebra ora um fantasma anguiforme de
Dante,
Ora o vulto marcial de um guerreiro de
Homero.
Dá-me o hemistíquio d’ouro, a imagem
atrativa;
A rima, cujo som, de uma harmonia crebra,
Cante aos ouvidos d’alma; a estrofe limpa e
viva;
Versos que lembrem, com seus bárbaros
ruídos,
Ora o áspero rumor de um calhau que se
quebra,
Ora o surdo rumor de mármores partidos.
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