sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

O SAPO - Tristan Corbière

Tradução de Marcos Antônio Siscar

Um canto na noite sem ar…
No seu metal claro o luar
Grava rasgos de verdescuro.

…Um canto: um eco, enterrado
Vivo, ali, naquele fossado…
– Calou-se: olha ali, no escuro…

– Um sapo! – Por que o pavor,
Perto do teu fiel soldado!
Vê, sem asa, um poeta tosquiado,
Rouxinol da lama… – Horror! –

…Ele canta. – Horror!! – Erro teu…
Não vês a luz que o olho irradia?…
Não: já se foi sob a pedra fria.
······································
Boa noite – o sapo sou eu.

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