domingo, 30 de dezembro de 2018

TEMPO - Alexandra Vieira de Almeida

Crianças gritam abismos,
mas o tempo é medido
nas cordas do vento.
A passagem eterniza-se
nas cores do olhar.
Voam lírios, madressilvas...
E dançam ao sol, ao vento,
à chuva...
O silêncio acalma os tempos,
de sonhos despertos, incompletos,
de folhas de jasmim.
Corações presos somente
pelas linhas do tempo
e pela sombra que tece o ser
que não é.
Elas buscam um céu, nuvens.
Mas o sol derrete estrelas,
que se apagam na memória.
O lapso do tempo é curto,
sem volta.
E elas olham para ele
como para as ondas do mar.

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