sábado, 16 de novembro de 2019

SE ELA SOUBESSE LER - Agenor Silveira

Se ela soubesse ler — que bom seria!
Que bom!  com que prazer
E comoção meus madrigais leria,
Se ela soubesse ler!

Se soubesse escrever – oh!  que alegria
Não havia de ser!
Que páginas de amor me escreveria
Se soubesse escrever!

Mas quantas outras, quantas, não podia
De estranha procedência receber!
E então – que horror!  Que grande horror seria,
Podia a todas elas responder,

Permita o justo céu que a desalmada,
Que assim me soube o coração prender,
Aprenda a amar-me apenas, e mais nada,
Porque mais nada lhe convém saber…

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