Noite
de inverno. A um choro miserando
Da harpa do rio túrgido e barrento,
Ouço os lobos famélicos do vento
Ganindo, arremetendo, farejando...
Da harpa do rio túrgido e barrento,
Ouço os lobos famélicos do vento
Ganindo, arremetendo, farejando...
Um
trágico fuzil, de quando em quando,
Rompe a trincheira azul do firmamento,
E o relâmpago atroz, sanguinolento,
Parece um vagalume formidando...
Rompe a trincheira azul do firmamento,
E o relâmpago atroz, sanguinolento,
Parece um vagalume formidando...
Depois
a chuva toma outras maneiras,
E há vozes, há soluços, há gemidos
Como em torno das horas derradeiras...
E há vozes, há soluços, há gemidos
Como em torno das horas derradeiras...
E então descubro, pela noite incalma,
Como velhos demônios foragidos,
Os cães da dor uivando na minhalma!
Como velhos demônios foragidos,
Os cães da dor uivando na minhalma!
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