Tradução de Ivo Barroso
Os canhões proclamam a última razão do dinheiro
Em letras de chumbo na primavera dos montes.
Em letras de chumbo na primavera dos montes.
Mas o moço que jaz morto sob as oliveiras
Era jovem e ingênuo demais
Para ser notado por seus olhos soberbos.
Era alvo melhor para um beijo.
Quando vivo, os apitos das grandes fábricas
nunca o convocaram.
Nem as portas giratórias dos restaurantes lhe acenaram
um convite para entrar.
Seu nome nunca apareceu nos jornais.
O mundo manteve sua tradicional parede
Em torno do morto com seu ouro aprofundando
como um poço,
Enquanto sua vida, intangível como um boato
da Bolsa de Valores, perambulava
lá fora.
Quão facilmente deixou cair o seu boné
Nesse dia em que a brisa soltava pétalas das árvores.
O muro sem vegetação onde brotavam balas
E a ira das metralhadoras ceifando rapidamente a grama;
E a ira das metralhadoras ceifando rapidamente a grama;
Bandeiras e folhas caíam das mãos e dos galhos;
O boné de xadrez apodreceu nas urtigas.
Considerem sua vida que foi sem valor
Em termos de emprego, etiquetas de hotel,
arquivos de notícias.
Considerem. Uma bala em dez mil mata um homem.
Perguntem. Tamanha precisão se justificava
Para a morte de alguém tão jovem e tão ingênuo
Jazendo sob as oliveiras, ó mundo, ó morte?
Para a morte de alguém tão jovem e tão ingênuo
Jazendo sob as oliveiras, ó mundo, ó morte?
Nenhum comentário:
Postar um comentário