sábado, 26 de setembro de 2020

SONETO DO SONO – Valter da Rosa Borges

Fecha as portas dos olhos para o mundo
E transpões o palácio das Quimeras.
Aqui reside o Sonho: o que antes eras
Esquecerás de tudo num segundo.

Aqui não rugem traiçoeiras feras,
Aqui não mora a vida, o charco imundo
Não pesteio o seu hálito iracundo,
Nem polui o frescor das primaveras.

Cerra bem forte o trinco das pestanas
Para que as hordas das paixões humanas
Que gritam lá de fora, exasperadas.

Não penetrem jamais em seus salões
Para que assim as tua ilusões
Não sejam brutalmente assassinadas.

 

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