A Hora morta da noite, à hora calada,
quando a cidade dorme, ei-lo varrendo
a rua, que se alonga, abandonada,
como uma enorme cobra se estendendo...
Varre, e, a cada morosa vassourada,
respira a poeira: tosse; e, assim sofrendo,
à proporção que lima a rua, nada
no pó do lixo e, aos poucos, vai morrendo.
Quando, às vezes, o encontro no trabalho,
limpando a via pública, tossindo,
morrendo assim para viver, presumo
que um homem vale tanto quanto valho,
- porque eu, que varro da alma um sonho findo,
na sua própria poeira me consumo...
quando a cidade dorme, ei-lo varrendo
a rua, que se alonga, abandonada,
como uma enorme cobra se estendendo...
Varre, e, a cada morosa vassourada,
respira a poeira: tosse; e, assim sofrendo,
à proporção que lima a rua, nada
no pó do lixo e, aos poucos, vai morrendo.
Quando, às vezes, o encontro no trabalho,
limpando a via pública, tossindo,
morrendo assim para viver, presumo
que um homem vale tanto quanto valho,
- porque eu, que varro da alma um sonho findo,
na sua própria poeira me consumo...
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