domingo, 13 de setembro de 2020

EÓLIA - Euclides Bandeira

 

Às vezes, quando estou muito alegre, escancaro
Plenamente a alma ao Sol, às Emoções, à Rima.
E os sonhos nela, então, vêm se aninhar num claro
E festo revoar de aves pela vindima.

Entram fazendo um ruído estranhamente raro
De plumas a ruflar pizzicatos de prima,
Piano, dolce... crescendo...após forte, e reparo
N´harpa eólia, afinal, que vibra lá por cima!

Um encanto! Um delírio!... E que doce algazarra
De arrulhos e de arrufos e de espanejamentos
A dos sonhos ideais - flavos pombos torcazes!

Ah! mas não mais escuto essa orquestra bizarra:
Alucina-me e vejo, em meus deslumbramentos.
Viva Aquela que dorme à sombra dos lilases...

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