segunda-feira, 7 de setembro de 2020

PALAVRAS QUE O VENTO TROUXE – Lídia Arantes Borges

Eu preciso de uma folha
em branco,
eu preciso de um lápis
ou caneta, agora.
É que o vento que passa
assobia
poesia,
palavras soltas
envoltas
em mistérios e
encantamento.

Pego uma folha invisível
e com os dedos da imaginação
tento gravar as letras
antes que se percam
na vastidão.

Ora, se eu tivesse um carvão
fosse aquele que restou
das fogueiras de Santo Antônio
ou São João
que versos tão lindos
eu iria transcrever.

Pena que o carvão
já virou cinzas
que o vento
e o tempo
espalharam pelos confins.

O ouvido bem atento
aos assobios do vento
consegui desvendar
na alma das coisas
o clamor da poesia,
suscitando sentimentos
que permeiam o nosso dia:
sonhos e realidade
na doçura das lembranças
no gosto amaro da saudade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário