Tradução de Leonardo Froes
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Tudo o que se perdeu e achado
tudo o que foi ferido e curado,
a chave da vida nos corpos da gente
abre as fontes da paz novamente.
As fontes da paz, as fontes da paz
emanam mansas num aumento capaz
de borbulhar, porem sob a parede pesada
da casa da vida que mantém a gente fechada.
Borbulham pois sob a parede em questão
do que antes foi casa e agora e bruta prisão,
sem que nunca um de nós tome consciência
de que as águas subiram na maior veemência.
Nenhum de nós sabe, jamais leva em conta
que a nascente da paz jorra e desponta
em segredo por baixo das paredes imundas
da casa-cárcere que a todos circunda.
E jamais saberemos que e essa a ordem
até que as secretas aguas transbordem
abalando os tijolos e aquela sólida massa
das paredes nas quais a nossa vida se passa.
Até que o abalo das paredes desague
em fendas, brechas, a casa inteira naufrague
sobre nós e o estrondo de libertação que ela faz
seja morte para todos, no aguaceiro da paz.
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